sábado, abril 4

Aquario de ar que me afoga

Talvez tudo ocorra por acaso
E este acaso me escolheu para sangrar
A escolha que não foi minha
E que a muito tempo ousei não querer

Tada fome do louco touro vermelho
Da minha distância nasce a força do ciclope
Com apenas um olho ele não me vê

Chamo me ninguem, disse Ulisses
E a mim que o sou de verdade
Foi a quem teu olho quis trucidar

Fulmina-me com teu desprezo
Para que eu mesmo possa me matar

Pois que dentro do aquario me afogo
E neste vaso meu peito aperta
E mesmo com o ar que me cerca
Desntro desse poço não consigo respirar

Torna-te infinito em mim
Dá-me a serena esperança
E nesta espera que é eterna
Faze tu, meu coração sepultar.

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