quinta-feira, fevereiro 25

desalento

 imagino-me caindo

um poço fundo e escuro

não, não é ruim, é preciso

do fundo vejo a luz,

não alcanço.

longe, mãos surgem 

não alcanço.

os gritos surdos dos meus salvadores 

se ouve ecoando nas paredes,

não alcanço.

choro só, choro muito.

e o rio amargo que trago dentro de mim

transborda.

perdido em lágrimas, flutuo.

seco por dentro me salvo.

só, e apenas só 

me aninho em mim.

sem mais lágrimas a derramar

sorrio.

ao longe um acalanto se ouve

é o meu cantar sem voz

estico os dedos procurando afagar a dor

minha pele toca a tua

a dor some

e estampada a felicidade do encontro 

procura a dor 

não alcanço...