imagino-me caindo
um poço fundo e escuro
não, não é ruim, é preciso
do fundo vejo a luz,
não alcanço.
longe, mãos surgem
não alcanço.
os gritos surdos dos meus salvadores
se ouve ecoando nas paredes,
não alcanço.
choro só, choro muito.
e o rio amargo que trago dentro de mim
transborda.
perdido em lágrimas, flutuo.
seco por dentro me salvo.
só, e apenas só
me aninho em mim.
sem mais lágrimas a derramar
sorrio.
ao longe um acalanto se ouve
é o meu cantar sem voz
estico os dedos procurando afagar a dor
minha pele toca a tua
a dor some
e estampada a felicidade do encontro
procura a dor
não alcanço...