sábado, abril 4

Longe vá

Trinca trincada
Elo quebrado
Beijo partido
Intimidade roubada

Despede de mim teu desejo
Adoça meu claustro com fogo
Derrete meu folego e me faz desertar

Vá com sua dó
E deixa-me com minha dor

O pássaro ferido sente a asa partida
E mais bonito fica seu trinar

Toma-me tudo
Nada posso contra tua força
Mas meu choro e meu canto
Nem teu desprezo pode calar.

Aquario de ar que me afoga

Talvez tudo ocorra por acaso
E este acaso me escolheu para sangrar
A escolha que não foi minha
E que a muito tempo ousei não querer

Tada fome do louco touro vermelho
Da minha distância nasce a força do ciclope
Com apenas um olho ele não me vê

Chamo me ninguem, disse Ulisses
E a mim que o sou de verdade
Foi a quem teu olho quis trucidar

Fulmina-me com teu desprezo
Para que eu mesmo possa me matar

Pois que dentro do aquario me afogo
E neste vaso meu peito aperta
E mesmo com o ar que me cerca
Desntro desse poço não consigo respirar

Torna-te infinito em mim
Dá-me a serena esperança
E nesta espera que é eterna
Faze tu, meu coração sepultar.

Tristeza em DÓ menor


A dor é um dos alimentos da alma
quando na alma te dói

E quando o corpo dói-se da alma,
navalha que fere o ego e o ID,
rasga a carne e sangra

Sangue doce e quente
até parece bom
a idílica imagem de fogo e morte
das quais fugimos,
mas para onde todo ser se (es)vai

atira-te longe de mim
aparta teu olhar do meu
deixa a ferida cicatrizar,
será que você não entende?

Deixa soprar o vento do mar
sobre a ferida aberta
e a dor do sal alimentar minh´alma
e temperar meus medos

Não ofereça o que não podes doar
Não queira aquilo que não te é caro

Saiba dosar o braço sobre minha nuca
pois o peso do teu carinho dói mais que o tapa de Deus

Nâo me ame por piedade
não existe peso mair que o da pena
e a nota que mais machuca sempre será o DÓ...